Festa móvel cuja designação deriva da própria origem grega do termo, "o quinquagésimo” (dia), celebra-se, precisamente, cinquenta dias após o domingo de Páscoa, e dez dias depois da Ascensão de Jesus. Simbolicamente ligado ao festival judaico das colheitas, evocando a entrega dos Dez Mandamentos no Monte Sinai, cinquenta dias após o Êxodo, trata-se de uma das celebrações mais importantes do calendário cristão: comemora a descida do Espírito Santo sobre os doze apóstolos (Matias em substituição de Judas) e a Virgem Maria, através do dom de línguas de fogo, segundo a precisa descrição dos Actos dos Apóstolos, durante a celebração judaica do quinquagésimo dia, em Jerusalém. Acto fundamental, considerado como o dia do nascimento da Igreja Cristã, constitui, junto com Natal e a Páscoa, a terceira data mais importante do Ano Litúrgico. A sua iconografia é bastante vasta, sobretudo no seio de ciclos narrativos, ganhando autonomia e popularidade com a Contra-reforma.
Nuno Saldanha
Foto Nuno Saldanha