O Médio Tejo português, ou Alto Ribatejo, é caracterizado por uma diversidade paisagística que, ao longo da história, favoreceu a presença humana e diferentes estratégias de ocupação do território. Contrariamente a outras sub-regiões, o Médio Tejo português não é muito homogéneo, e é nessa diversidade que reside a sua coesão e a complementaridade dos seus diferentes pólos urbanos e rurais. O património arqueológico e arquitectónico é a coluna vertebral dessa diversidade, a memória organizada do território, e o cimento da sua identidade. Os saberes tradicionais e tradições, da construção de barcos artesanais à gastronomia, das procissões religiosas às sobrevivências comunitaristas, são o testemunho da continuidade das ocupações humanas, da sua resiliência através de ciclos económicos de crescimento e de empobrecimento. Esta realidade, complexa, plural, contraditória, é um valor com elevada relevância para o turismo, num século em que a mobilidade e o contacto com outras culturas, mais do que um negócio é uma necessidade imposta pela globalização. Prosseguir com a gestão do património cultural por um lado (limitado a alguns ícones, por importante que sejam), com a gestão turística por outro (limitada a alguns fluxos excursionistas, por lucrativos que sejam), com a gestão do mercado de emprego por outro (limitada a picos de sazonalidade, por aliviantes que sejam) e com a gestão pública por outro (limitada a alguns serviços, por essenciais que sejam) parece pois ser uma estratégia pouco adequada. Mas como construir uma dinâmica de integração, que não se limite à superficialidade? Como unir a teoria às práticas mais adequadas e aos bons exemplos? Podem as dinâmicas da gestão patrimonial e do turismo contribuir para uma reorganização, para um novo impulso das dinâmicas territoriais desta e de outras regiões, para uma gestão integrada do território?
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