Os furtos em templos católicos constituem, de longa data, um dos mais preocupantes delitos cometidos contra o património cultural da Igreja. Com efeito, o registo dos objectos existentes em cada templo constitui, antes de qualquer outra coisa, a mais elementar forma de segurança deste património. Indispensável à actuação das próprias autoridades policiais, a recuperação de uma obra furtada será tanto mais provável quanto mais rápida for a sua comunicação, e mais completa a informação disponibilizada. Face à dimensão do problema, muitas têm sido as dioceses que optam por retirar dos templos os objectos mais valiosos. No entanto, fechar igrejas ou encarcerar as peças, contrariando a sua vocação original, não pode constituir, em circunstância alguma, uma solução de salvaguarda aceitável. Tema central deste 4º número da revista Invenire, foi também nesse sentido que o Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja iniciou o recenseamento das obras de arte furtadas em igrejas, tendo em vista, não apenas um melhor conhecimento do problema, mas, sobretudo, promover Ferramenta online que nasce, assim, da necessidade de implementar medidas concretas no campo da preservação e salvaguarda deste património, não pretende traçar um retrato fiel do fenómeno, mas antes exercer um papel de sensibilização junto das comunidades e da sociedade em geral. Compete-nos assim assumir uma acção conjunta de protecção e defesa deste património, actuando em conformidade e assegurando uma comunicação constante e eficaz, nomeadamente, entre os diversos serviços diocesanos, paróquias, entidades policiais e SNBCI. A tarefa torna-se particularmente complexa se não entroncar num apoio mútuo e incondicional. São centenas as ocorrências registadas que aguardam por informações esclarecedoras, que permitam a identificação mínima dos objectos desaparecidos. Os meios de comunicação não faltam, compete-nos agora saber comunicar.
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